Hoje, à tarde, pensei ir treinar.
Chovia uma chuva miudinha e persistente. Gosto de sentir a chuva no rosto, tal como gosto dos raios de sol, mas hoje chovia...que fazer, além de "saborear" a chuva?
A caminho de casa ia sorrindo, sozinha, ao pensar em como devo ser diferente da maioria das mulheres da minha idade. As minhas colegas barafustam quando chove esta chuva "pegajosa". Dizem que os cabelos ficam horríveis, que detestam ir ao cabeleireiro nestes dias, que vão ter de voltar no dia seguinte, enfim... elas lá têm as suas razões. Eu acho-as sempre lindas e perfeitas; não lhes noto diferença alguma com chuva ou sem chuva. Até há quem se escandalize quando digo "vou correr".
Vinha decidida. No entanto, como no treino de ontem me doeu a perna e a lesão está longe de estar curada e, ainda, como tenciono voltar rapidamente às corridas, resolvi deixar a corridinha para amanhã.
Fui fazer algo muito parecido com um treino: "treino" na arte de fazer licor.
Tenho na despensa várias macerações à espera da preparação final: de laranja, de tangerina, de bolota, de noz, de limão...
Resolvi preparar licor de bolota. Tinha apanhado a bolota há uns meses atrás, em terrras alentejanas e aguardava desde essa altura oportunidade de, num passo de magia, passar a ser um néctor suave e espirituoso. Só podia resultar num excente licor.
Coei a aguardente onde estava a bolota, fiz um ponto pérola com açúcar amarelo, acrescentei a aguardente pura...misturei. Voltei a coar... O meu licor ficou quase pronto. Quase, porque agora tem de repousar. Depois voltarei a colocá-lo noutra garrafa que, entretanto, terei de pintar. Aí sim, estará pronto a ser servido.
Este irá juntar-se a um de noz que já fiz e que mereceu aprovação dos "especialistas".
Como me ofereceram um lombo enorme de javali, lá teremos de fazer o "sacrifício" de o comer, bem "regadinho"...entre amigos... e, no final, darei a provar o meu "sensacional" licor de bolota. Bem a propósito, não acham?
Em dias de chuva ou em dias de sol, sempre se pode viver intensamente. Não me permito desperdiçar um minuto que seja!
E amanhã, sem me importar com a chuva no cabelo, irei correr.
A.P.
Adoro Andrea Bocelli (entre outros intérpretes do género). Lembrei-me dele e de como algumas das suas canções (se não todas) são verdadeiros hinos à Natureza, ao Amor, à bondade...
CANTO DELLA TERRA
Si lo so
Amore che io e te
Forse stiama insieme
Solo qualche istante
Zitti stiamo
Ad ascoltare
ll cielo
Alla finestra
Questo mondo che
Si sveglia e la notte e`
Gia cosi lontana
Gia lontanaGuarda questa terra che
Che gira insieme a noi
Anche quando e buio
Guarda questa terra che
Che gira anche per noi
A darci un po' di sole, sole, sole
My love che sei l'amore mio
Sento la tua voce e ascolto il mare
Sembra davvero il tuo respiro
L'amore che mi dai
Questo amore che
Sta Li nascostoIn mezzo alle sue ande
A tutte le sue onde
Come una barca che
Guarda questa terra che
Che gira insieme a noi
anche quando e' buio
Guarda questa terra che
Che gira anche per noi
A darci un po' di sole, sole, sole
Sole, sole, sole
Guarda questa terra che
che gira insieme a noi
A darci un po' di sole
Mighty sun
Mighty sun
Mighty sun
Hoje, coloco uma foto minha para que assuma, integralmente, com um rosto e um nome, a fé que desejava aumentar cada dia. Sem fanatismos religiosos ou pseudo-religiosos, sem obsessão, despojada de grandes virtudes, pecadora, imperfeita...assim sou eu. Apesar de tudo e da minha humanidade, por vezes tão afastada do divino, eu creio.
"Quem nunca pecou que atire a primeira pedra"
Um dia, alguém disse “SIM”...
Sem reservas...sem receios... sem interrogações...
Apenas “SIM”.
Nesta simplicidade encerra-se uma entrega total, um confiar, um acreditar...
É um “SIM” que transformou o Mundo!
É um “SIM” que pode transformar o coração,
Trazer luz onde há trevas
Amor onde há ódio
Paz onde há guerra
Dizer SIM a Jesus é dizer SIM à VIDA...
Eu digo “sim” a Jesus:
Aceita-me Jesus tal como sou,
Aceita os meus dias, eu te agradeço por eles
Aceita minha alegria, estou alegre contigo
Aceita minhas mágoas, recebe-as com amor
Aceita minhas limitações, ajuda-me a ser melhor
Aceita todo o meu Ser, ele pertence-te
Eu digo “sim” ao Outro...
É quando penso ter feito o impossível que estou pronta para começar
É num olhar de carinho que se aceita o próximo
É num sorriso de amor que se ilumina o dia
É uma palavra terna que alimenta o coração
Somos ricos de olhares, de sorrisos, de palavras. Ajuda-me Jesus a partilhar estes dons para multiplicar minha riqueza.
É tão simples... Mas são as coisas mais simples as mais difíceis de entender.
Ajuda-me, pois, a explicar e a entender a simplicidade.
Eu sei que por trás das nuvens escuras há um Sol que ilumina.
Tal como ninguém consegue esconder a luz do Sol, também a Tua Luz não se pode esconder.
Eu quero espalhar essa Luz... nasce no aconchego do coração... inunda a alma... transborda pelos olhos, pelo sorriso, pelas mãos... vai tocando e iluminando o Mundo.
Ajuda-me, pois, a ser uma chama, mesmo pequenina, para iluminar a vida, os corações de quem me rodeia e que estes vão iluminando outros corações, numa cadeia de amor que se propaga e ninguém pode parar... Porque não há maior liberdade do que estar preso por amor.
Esta é uma terna prisão... amar Jesus... também Ele sentiu também a dor e a injustiça do Mundo tal como tu, tal como eu...igual a todos nós.
Nesta vida, sejamos todos luzinhas brilhantes, acesas com um SIM a Jesus.
A. P. Pinto
Para ler com Os Olhos do Coração
Ser criança
É ser herói
É ser artista
É ser protagonista
É ser pintor, poeta e escritor
É ser índio e cowboy
Ser criança é ser o sonho, o futuro e a esperança
Ser criança é aventura, é desafio
É ser conquistador
É rir e brincar
É inventar novas formas de ser criança
Há quem não possa ser criança
Não conheça um palhaço, um balão,
Viva sem sentir o gosto da fantasia
Conheça a fome e o frio
Crianças de vida vazia
Há quem não tenha sequer um lápis, um papel,
O direito a viver, a brincar, a crescer e aprender
Sinta o terror e opressão
Essas vivem sem amor nem ilusão
Conhecem a injustiça, a violência e exclusão,
Não sabem que SER CRIANÇA é ter magia
É ser no presente, a promessa do futuro
De um mundo mais justo, mais humano e tolerante
A criança não sabe, mas confia…
A criança não conhece fronteiras
Não vislumbra o amanhã
Não sabe o que são direitos nem defende teorias
A criança só deseja ser amada
A.P.
(Foto retirada de sic.sapo.pt/online/noticias/vida/8650554.htm)
Quando o dia nasceu, nada fazia prever a fúria que iria assumir.
Sempre tive medo de trovoadas. Embora, hoje, menos que quando era criança, a trovoada e as tempestades, ainda me fazem tremer. A fúria dos elementos da Natureza mostra claramente a sua superioridade, indomáveis...contrastanto com a minha fragilidade humana.
Há muito tempo que as trovoadas de Maio ou as noites de Inverno tempestuosas, deixaram de marcar presença assídua e constante, nas épocas a que estávamos habituados. A imprevisibilidade é, cada vez mais, uma certeza. O carácter ciclíco da Natureza e dos seus fenómenos, contradizem a sabedoria popular e desafiam o mundo científico, levantando novas questões e outros modelos de abordagem e explicação. O Homem quis dominar, mas a Natureza, ironicamente, escapa-lhe cada vez mais ao seu controle.
A manhã escureceu rapidamente. Qual manto nocturno, as nuvens agitadas, espessas, carregadas, abateram-se sobre a terra...corriam velozes em diferentes direcções, como se guiadas por bússola descontrolada. Rajadas de vento varriam a rua e o jardim. No ar, rodopiavam folhas secas e o "meu" cão, aterrorizado procurava refúgio em casa, encostando o seu dorso enorme contra mim, implorando protecção. Recompensa mais que justa pela segurança que a sua presença me transmite... dei-lhe umas palmadinhas na sua cabeça peluda e macia, sussurrando-lhe: "calma....calma".
Ninguém pode ficar indiferente ao espectáculo majestosos da Natureza colérica.
Como se o prelúdio daquela sinfonia desgovernada tivesse atingido o seu limite, o rugido do vento amainou...o brilho metálico e ofuscante do relâmpago parou e esta aparente acalmia cedeu lugar a grossas bátegas de água...um, dois, três pingos marcados no chão e, de repente, uma torrente de água desabou...
De seguida, novamente o ribombar do trovão, cada vez mais perto...as paredes estremeciam... À memória, veio-me uma oração velhinha, que em criança a minha mãe me tinha ensinado, para rezar quando fizesse trovoada:
"Santo António se levantou, seu sapatinho calçou. Chegou ao meio do caminho, Nª Srª encontrou.
- Onde vais Santo António?
- Vou espalhar as trovoadas que sobre nós andam armadas.
- Espalha lá para bem longe, onde não haja eira nem beira, nem raminho de oliveira, nem fiozinho de lã, nem gente cristã.
Amén."
A trovoada passou. Aqui e ali, por detrás de algumas nuvens persistentes, pedacinhos de céu azul começaram a espreitar.
Sorri. Tal como em criança sorria.
A.P.
Há dias de sol, tal como ontem e dias sem sol, tal como hoje.
Há dias e pessoas com sol e dias tristes e sombrios como outras pessoas.
Há vidas sem sol e vidas com sol. Sobretudo, há pessoas radiosas como o sol e pessoas que teimam em espalhar sombras na vida, como uma nuvem cinzenta encobrindo o sol. Há pessoas que vivem zangadas com a vida, com os outros e com elas próprias. Reclamam. Lamentam-se. Afundam-se em acessos de raiva mal contida, de frustração infundada e em egoísmo no seu reduzido mundo. Nada basta. Nada é suficiente. Nada é justo. E os dias escoam-se...e a vida passa...e arrastam consigo o travo amargo do descontentamento...
Eu tenho um sol na minha vida. Mesmo com o céu cinzento e escuro ela descortina sempre um raio de luz para alegrar o seu e o meu dia. No jovem firmamento dos seus dias, nuvens espessas, ancestrais no seu destino, teimam em mostrar a sua face sombria. Numa coragem indescritível ela acredita que, para além desse manto escuro, existe um pedaço azul à sua espera. Gosto de pessoas assim. Todos deviam ser assim. É maravilhoso partilhar a vida com alguém que continuamente agradece a dádiva de cada dia, apenas porque vive cada momento. Sem desistir, sem esmorecer, numa luta sem tréguas contra o desânimo. Inconformada...estóica, como só ela consegue ser.
Quando entrei no autocarro, chovia. Uma chuvinha persistente tombava do manto cerrado do céu. Chorava. Lágrimas caíam... discretamente, sulcavam a face da mãe. Chovia. As nuvens também choravam. Talvez fundidas na mesma dor... De mãos dadas, silenciosamente... No hospital, o sol brilhou. No olhar profundo de uns enormes olhos castanhos, a luz afugenta a sombra do dia.
O coração de mãe sossegou. E as nuvens deixaram de chorar...
A.P.
Senhor,
Fazei-me instrumento de Vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre,
Fazei que procure mais consolar, que ser consolado;
compreender que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que vive para a vida eterna.
A.P. (Mais que a simples repetição de uma das mais belas orações, é a afirmação, mais ou menos pública, de um projecto de vida ainda não alcançado...talvez nunca o seja...mas é na busca que se encontra a essência da vida)
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